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Atelier Pereira

 Em meio a natureza do Espraiado, atelier de artes se destaca

Conhecido por sua calmaria, o Espraiado, um dos bairros rurais mais charmosos de Maricá. Nesse lugar bucólico onde a natureza é a grande estrela encontram-se diversos atrativos naturais como a famosa cachoeira, sítios com paisagens exuberantes, fontes de água mineral e um local muito procurado para turismo rural.

E é no Espraiado, cercado pela natureza que encontra-se um espaço acolhedor e muita arte, o Atelier José Pereira Lima da Costa Neto com diversos artesanatos, peças de decoração e tapeçaria.

O atelier fica na casa de uma ilustre e conhecida moradora e tapeceira da região, dona Ilma Macedo e o nome do espaço é uma homenagem ao filho dela, o artista plástico José Pereira Lima da Costa Neto, falecido em 2018.

Seu filho João Roberto é quem faz a logística e venda das peças expostas. Dona Ilma é responsável pelas peças em tapeçaria com Ponto Brasileiro que aprendeu, quando era menina. O atelier tem ainda peças em madeira e ferro, flores permanentes, plantas e telas. 

Ilma nasceu no Espraiado e aprendeu a tapeçaria ainda criança junto com as irmãs com a marroquina Madeleine Colaço que tinha casa na região. Foi ela a grande incentivadora na época. De uns anos para cá, elas criaram um grupo das Tapeceiras do Espraiado que já tiveram seus trabalhos expostos até fora do país. “Atualmente temos cinco tapeceiras e não podemos deixar acabar essa cultura. A tapeçaria é uma obra de arte e um patrimônio do Espraiado e de Maricá”, diz orgulhosa.

“Senti a necessidade de criar esse espaço porque meu irmão e minha mãe sempre foram ligados ao mundo das artes. Sempre fazemos parte de todos os eventos que são realizados no Espraiado e geralmente estamos abertos todos os dias para atender aos clientes que chegam”, explica João Roberto.

Outro expositor no espaço é o artista plástico Di Miranda, nascido em Minas Gerais que há seis anos veio morar no Espraiado. Di Miranda pinta quadros com paisagens naturais e natureza morta, além de vasos decorativos, mandalas e marinas. Ele começou a pintar quando tinha entre 10 e 12 anos e suas inspirações vêm da natureza e de revistas que consulta. “Em Maricá consigo viver do meu trabalho como artista. A cidade respira arte. Com a internet, podemos divulgar nosso trabalho. Aqui no município temos incentivos para a valorização e a participação em diversos eventos”, comemora o artista.

Seja pela natureza ou pela arte, visitar o Espraiado é sempre revigorante.

O atelier Pereira fica na Estrada Duas Águas, 25 – Espraiado, Maricá (primeira rua a esquerda após a escola municipal Espraiado, em frente ao bar do Djalma) e também faz vendas pelo whatsapp e entrega em domicílio.

 FACEBOOK: https://www.facebook.com/AtelierDeArtesPereira

Whatsapp: (21) 99958-0033 (João Roberto)


Madeleine Colaço foi a tapeceira que inventou o “ponto brasileiro” – o primeiro ponto de costura novo na arte da tapeçaria criado nos últimos 400 anos. Ele foi chamado apropriadamente de Samba ou The Brazilian Point  e abandonou os padrões lineares usuais. O nome surgiu do movimento que faz –  “leva o ponto pra cá, leva o ponto pra lá”, como se a agulha dançasse na tela. As principais inspirações de Madeleine foram a fauna, a flora e o folclore brasileiros.

Madeleine Mathews Bonne nasceu em 1907 em Tanger, no Marrocos, de mãe americana e pai francês. Casou-se com o jornalista e escritor português, Thomaz Ribeiro Colaço. Com a perseguição política da ditadura Salazar, em Portugal, Madeleine e Thomaz emigraram para o Brasil com os filhos Concessa e Jorge. Na propriedade do Espraiado, em Maricá, Madeleine continuou a dedicar-se à sua arte: os tapetes. Ela estudou tapeçaria no Marrocos, Inglaterra, França e Portugal e tornou-se conhecida na Europa e nos Estados Unidos. Em 1987,  foi condecorada pelo governo brasileiro com a Ordem de Rio Branco.

Madeleine manteve no Espraiado uma escola para crianças onde as ensinou, por 27 anos, a ler, escrever e a confeccionar tapetes com o estilo e a técnica que havia desenvolvido. A casa do Espraiado, cercada de matas, flores e animais, foi o local onde produziu a maior parte de sua obra. Madeleine Colaço faleceu no Rio de Janeiro, em 2001, aos 94 anos de idade. A vida e a arte da artista estão contadas no livro Madeleine Colaço, editora Index, 1998.

Fonte: mapadacultura.rj.gov.br

Fotos: Paulo Polônio

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