CEU recebe 3ª Mostra do Filme Marginal

O Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Mumbuca recebeu durante três dias (04, 05 e 06/10), a 3ª Mostra do Filme Marginal. Trata-se de produções que estão fora do grande circuito e que, a partir do evento, encontram espaço para apresentar o resultado de seu trabalho cinematográfico ao público.

Com mais de 600 filmes inscritos, a 3ª mostra aconteceu de 16 a 22/09 no Rio de Janeiro e em Niterói, onde 118 produções foram exibidas. Em Maricá, durante os três dias de festival foram apresentados 18 filmes, nos quais dois eram dois longas-metragens e os demais curtas-metragens. Após passar pelo município, a mostra vai percorrer as cidades de Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).

“Aqui não é um ambiente para os filmes estarem disputando um com o outro. É um lugar de integração, de troca e de construção. Entendemos que podemos ser um local de fomento, de difusão, reflexão e estímulo. Sendo assim, abrimos espaço para filmes que coloque na tela temas e personagens marginalizados pelo sistema sociopolítico”, disse o idealizador da mostra, Uilton Oliveira.

Para o subsecretário de Cultura, Eduardo Bahia, a mostra de cinema traz uma série de temáticas que estão relacionadas com o cotidiano como a questão das tragédias de exploração mineral no Estado de Minas Gerais, a estética feminina com o aumento do feminicídio no país, intolerância religiosa, entre outros temas.

“Maricá tem uma característica peculiar na concepção de política e cultura. Nós concebemos a cultura como direito humano como saúde e educação”, afirmou.

“É uma mostra que está em ascensão a partir da própria temática com cineastas grande parte do Rio de Janeiro. Ela deu uma passadinha aqui em Maricá para trazer esse cinema que nos faz pensar e refletir sobre todas essas questões que estão colocadas no nosso cotidiano”, concluiu.

O cineasta Clementino Júnior foi um dos que teve duas de suas produções exibidas na mostra: um documentário chamado “A fé” e outro “João”, que retrata a história de Joãozinho da Gomeia (considerado o “Rei do Candomblé).

“É uma mostra não competitiva que também traz uma característica de encerrar essa questão meritocrática que precisa batalhar para estrar presente em uma mostra visando ganhar um prêmio. A grande provocação que o produtor da mostra traz com esse recorte é pensar o cinema independente como o cinema ainda marginalizado”, afirmou.

Cineasta e mestranda do programa de cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rosa Miranda agradeceu pelo convite. Ela, que produziu quatro curtas-metragens que retratam as questões de preconceito e racismo, foi uma das curadoras da mostra.

“Acredito que todo cineasta tem um pouco da missão de tentar mostrar outras imagens. A importância desse evento nesse momento em que vivemos no qual a cultura sofre diversos ataques é essencial para que essas obras circulem. Estar em Maricá é uma honra porque acho que a cidade tem um projeto político muito interessante que realmente abarca a população de uma maneira muito positiva”, analisou.

Fotos: Elsson Campos

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